8.3.12

Não é fácil dizer adeus. E não é como se eu quisesse pronunciar essas palavras, não é como se eu quisesse pôr-te a um canto no meu coração e fechar-te á chave. É mais como se eu precisasse um pouco de mim agora. Talvez tu estejas tão minuciosamente cansado e magoado quanto eu. Eu não queria envolver-me, não queria amar, não queria sentir. Eu tinha desligado todos os meus sentimentos se tu não me tivesses convencido de que sentir – mesmo que fosse dor – era melhor do que ter um buraco cheio de nada. Eu não devia ter-te dado ouvidos, em momento algum; eu podia dizer como me arrependo do que passei contigo e por ti, mas seria uma grande mentira. Não sei ao certo se estou a ser coerente com as palavras, se as estou a escolher bem, mas tu sabes, eu dou sempre o meu melhor. E esse pode ter sido meu maior erro: ter-me esforçado tanto para ter o melhor no futuro, e não concertar as falhas do presente. Esta noite eu chorei como no primeiro dia. Chorei porque deixar-te dói tanto, mas eu preciso de continuar. Ir embora e não olhar para trás. Por um ponto final na nossa história e virar a página de vez. Ainda assim, gostava de saber o que sentiste quando me viste chorar por ti ou o que sentiste quando me viste explodir de ciúmes. Eu senti dor. Todos os dias, todas as noites, e não há nada que eu possa fazer. Amanhã quando acordar, a dor ainda vai cá estar. Queria poder dizer-te tudo o que penso, todas as vezes que imaginei que não te amasse, que era tudo carência. Que era apenas o meu egoísmo a pedir para não te ires embora como os outros, mas não. Não é egoísmo. Eu estou a ir embora, estou a deixar-te para te ver feliz. Para que tu possas suspirar relaxado sem ter que aguentar as minhas palhaçadas de adolescente mimada. E para que eu possa andar descansada sem ter a minha consciência a atormentar-me e a dizer-me que estás com outra. Perdoa-me pelos erros, pelas coisas não ditas, e pelas ditas também. Perdoa-me por não te saber amar de uma forma melhor, sempre quis que resultasse. Mas não deu e tenho a certeza que estamos de acordo. É engraçado a maneira como ainda peço desculpa, quando no meio de toda esta confusão foste tu quem mais errou. Esta é a ultima vez que eu escrevo para ti, que penso nos meus sentimentos por ti, que penso em nós. Prometo. Mas não prometo esquecer o que significaste para mim. Eu amei-te, e ainda amo. Mas olha? Sei que um dia ainda nos vamos entender. Até lá, juízo. Um beijo na testa, amor.

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